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quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Família na Atualidade

Família na Atualidade

RESUMO
As sociedades passam, constantemente, por profundas modificações políticas, sociais, culturais e econômicas. As tecnologias imprimem modelos nem sempre positivos e adequados às nossas vidas. O capitalismo afasta as pessoas, transformando-as em bens de consumo. A família hoje mudou, está em desordem! Mas baseado em que ordem? Está desestruturada, mas baseado em que estrutura? A conquista de mais autonomia na família horizontalizada enriqueceu os relacionamentos. Nesta família plural convivem irmãos e pais que vêm de outros casamentos e, portanto de culturas e gerações diferentes; mulheres sozinhas criam seus filhos com a ajuda da rede de amigos (o que em algumas camadas sociais já se faz há muito tempo). Enfim, se pudermos olhar para o novo sem a nostalgia do que já foi, vamos nos deparar com um cenário melhor sem os medos e fantasmas que durante muito tempo mantiveram as distâncias e bloquearam os diálogos entre as gerações.

1-INTRODUÇÃO

Desde o princípio quando Deus criou o mundo e o homem, Ele viu a necessidade de criar uma companheira para o homem, para que juntos cuidassem do que havia criado, que se amassem, respeitassem e que juntos multiplicassem, então Deus criou a mulher, formando assim a família.
As famílias não são mais como as de antigamente. Com a liberação financeira e sexual da mulher e com o aumento do número de divórcios, surgiu a chamada família mosaico ou família mono-parental, que agrega filhos de diferentes relacionamentos sob o mesmo teto.
A industrialização, a saída do campo, o crescimento da população entre outros pontos, conseguiram com que a vida rural fosse ultrapassada pela vida urbana, onde houve a redução do número de membros das famílias. A socialização é feita a partir da relação entre a criança e o meio em que vive. A criança começa a identificar outros aspectos através da observação, observando o que ocorre ao seu redor, é através desta observação que a criança começa a construir sua identidade, por isso é muito importante que nessa fase os pais sejam presentes e que dêem bons exemplos, pois servem como espelhos para seus filhos. Este trabalho mostra as diferentes famílias que foram se constituindo através dos tempos, os direitos que todos tem de viver de maneira que lhe agrada, não importa se é do mesmo sexo, ou se o filho e de outro genitor, o importante é que haja afeto. Infelizmente as famílias já não são mais como antigamente, onde havia abrigo, respeito, compreensão e principalmente amor.

2-FAMÍLIA MODERNA DE HOJE

A Família como expressão máxima da vida privada é lugar da intimidade, construção de sentidos e expressão de sentimentos, onde se exterioriza o sofrimento psíquico que a vida de todos nós põe e repõe. E percebida como nicho afetivo e de relações necessárias á socialização dos indivíduos, que assim desenvolvem o sentido de pertença a um campo relacional iniciador de relações excludentes na própria vida em sociedade. É um campo de mediação imperdível. (COSTA. p.271. 2003.)
No decorrer da história, houve algumas sofridas transformações nos modelos das famílias, quando a mulher ingressa no mercado de trabalho, dividindo com o homem o papel de provedora de bens e educadora dos filhos; isso aponta para a transformação das relações da família, na direção da forma igualitárias. Com isto, surgem nas relações familiares inúmeros conflitos entre o modelo de autoridade patriarcal e os igualitários ou liberais. O modelo da família burguesa ainda mantém sua força e vigência sobre seus membros. Um pretende impor sua vontade sobre o outro. Consideramos que compreender, sem preconceitos e pré-julgamentos, as condições, limitações e os próprios conflitos desses modelos de família tão presentes em todas as classes sociais da atualidade, é um dos grandes desafios das instituições que, como a escola, trabalha com crianças e, conseqüentemente, precisam trabalhar com as famílias das mesmas.
A chamada família mono-parental – composta por pai-madrasta, mãe-padrasto, os filhos de cada um e os de ambos; ou as famílias compostas por apenas um dos cônjuges e seus filhos, ou até mesmo por tios, avós e sobrinhos e netos, que podemos considerar como fruto dessas contradições, sem entrarmos no mérito do aprofundamento maior da discussão, nas suas nuances psicológicas, emocionais e sociais, é uma realidade da qual a sociedade não pode fugir e a escola também não. Os questionamentos voltados para os aspectos da educação dos filhos geram incertezas dando vazão a sentimentos como insegurança e discussões sobre o estabelecimento de limites. (BUENO, 2008). ''O sentimento de culpa ocasionado pelo possível cumprimento ou transgressão de normas é introjetado no meio da família. '' Além de passar por estas transformações, a família ainda tem de adaptar-se à situação socioeconômica, que sofre mudanças significativas e influencia a qualidade de vida das famílias. É um processo constante de modernização. Desta forma, a família nuclear vem ganhando importância e reforçando a ideologia da igualdade entre as pessoas direitos para todos. Todavia, percebe-se uma diversidade de arranjos domésticos e familiares para viver em família, e os sentimentos familiares existentes reforçam seus laços.

3-A ESCOLA E A FAMÍLIA

A escola não é o princípio da transformação das coisas. Ela faz parte de uma rede complexa de instituições e de práticas culturais. Não vale mais, nem menos, do que a sociedade em que está inserida. A condição da sua mudança não reside num apelo à grandiosidade da sua missão, mas, antes, na criação de condições que permitam um trabalho diário, profissionalmente qualificado e apoiado do ponto de vista social. A metáfora do continente (os grandes sistemas de ensino) não convém à escola do século XXI. É na imagem do arquipélago (a ligação entre pequenas ilhas) que melhor identificamos o esforço que importa realizar ( CORREIA. Wilson apud NÓVOA.António)
Muitas são as demandas que se colocam para a escola hoje. Ter por função apenastransmitir os conhecimentos acumulados pelas gerações passadas deixou de ser a muito tempo a função da escola, embora haja controvérsias e polêmicas sobre o que, concretamente, essa instituição está fazendo na atualidade, principalmente para com os filhos das classes menos favorecidas da sociedade. Porém, é inegável que as demandas e as exigências da sociedade em relação à escola, aumentaram.
Muito difundida e aceita hoje, é uma escola reflexiva, que se pensa continuamente a si própria, revendo sua função social e organizativa, buscando proporcionar ambientes formativos que favoreçam o cultivo de atitudes e capacidades que permitam ao indivíduo viver, conviver e intervir em sociedade, em interação com os outros cidadãos. (ALARCÃO.. pg.144; 2001)
Diante dessa multiplicidade de funções, que abrange a formação de um cidadão, capaz de agir e de interagir no mundo em que vive, não apenas com competências cognitivas desenvolvidas, mas, principalmente, com aquisições também afetivas, pessoais e sociais, que lhe possibilitem atitudes e valores positivos para uma transformação social efetiva, que torne o mundo globalizado menos excludente e mais humano, percebe-se que a escola não pode trabalhar sozinha.
São imprescindíveis que a escola se una as outras instituições sociais para cumprir melhor o seu papel. Dentre essas instituições sociais com condições de contribuir efetivamente para que a escola cumpra seu papel, entendemos ser a família a mais abalizada, até mesmo pelas funções formativas que também possui, embora tenhamos que reconhecer que a mesma também passa por profundas transformações na sociedade atual. Porém, mesmo com todas as transformações pelas qual a família vem passando, ela continua sendo uma instituição fundamental e basilar para o desenvolvimento do ser humano, sendo a primeira que vai referendar a proteção e a socialização do indivíduo, se constituindo como a primeira possibilidade de aprendizagens afetivas e de relações sociais.
É importante falar que a família nuclear – formada por pai, mãe e dois ou três filhos no máximo, por ter sido o modelo consolidado pela emergente sociedade capitalista burguesa da era industrial, ainda continua a ser o ideal de família do imaginário social da grande maioria da população, que considera desestruturada, ou incapaz de cumprir sua função formativa junto às novas gerações, outros modelos de família, mesmo que nascidos no seio das contradições dessa mesma sociedade capitalista. Com a evolução da sociedade, os valores também se transformam, perderam o seu valor absoluto para adquirir um valor de troca, como uma mercadoria. Conseqüentemente, a família foi obrigada a desempenhar papéis adequados e conformados à realidade, a usar uma máscara, a viver de aparências.
A questão é que o comportamento está associado, ao processo de socialização, incluindo valores e crenças. Sabemos que a sociedade atual precisa de valores éticos e morais, ou novos ou recuperados. O que ocorre é que a sociedade tem uma ética, uma educação e uma cidadania que lhe são próprias no mundo de hoje, mas de difícil aplicação. Enquanto articuladores do conhecimento, os educadores devem promover ou oferecer mecanismos para formar um cidadão consciente e responsável que definirá seu próprio destino. Atualmente encontra-se um novo modelo de sociedade e como tal o mesmo deve ser questionado, junto com todas as outras problemáticas humanas.

4-CONCLUSÃO

Podemos dizer cada ano que passa a sociedade vai passar a se acostumar com esse tipo de família moderna ou também chamada família mosaico. O mais importante é cultivar o respeito entre os seus integrantes. "A família, por intermédio de suas ações materiais e simbólicas, tem um papel importante na vida escolar dos filhos, e este não pode ser desconsiderado. Trata-se de uma influência que resulta de ações muitas vezes sutis, nem sempre conscientes e intencionalmente dirigidas."( Zago , 2000, p. 20.)
Ao pensarmos em Educação temos que entender que ela se inicia com a família, se aprimora na escola, para ser aplicada na vida. E o que vem acontecendo com a família? Vem sofrendo transformações enquanto grupo, como também quanto a seus membros individuais. Fatores econômicos e culturais fizeram com que as mulheres ingressassem no mercado de trabalho, reconfigurando os papeis do homem e da mulher e, conseqüentemente, as funções de pai e mãe.
A Educação de valores passou a ser função não só da família como da escola, que também está passando por um período de reformulação para agregar ou devolver este papel. A Educação tradicional foi sendo questionada e os valores morais re-significados; o que gera, a principio, insegurança para todos os responsáveis pela educação de nossas crianças.
Não existe mais um único padrão de estrutura familiar: pais separados, mulheres ou homens que criam sozinhos os seus filhos, casais homossexuais, crianças educadas por avos, tios, entre outros. Porém, com certeza, tanto a família quanto a escola desejam a mesma coisa: preparar as crianças para o mundo; e assim como a família tem as suas particularidades que a diferenciam da escola, a escola tem sua metodologia e filosofia para educar as crianças.

 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA
ALARCÃO, Isabel (org). Escola Reflexiva e Nova Racionalidade. Porto alegre: Artmed, 2001. 144p.
BUENO, Cleuza. Psicóloga e Psicanalista. Palestra sobre família. Acesso em:http://www.unisul.br/content/navitacontent_/userFiles/File/noticias.Acessado13-11-2008
CORREIA. Wilson apud NÓVOA. António. Cuidar e ensinar: pensando as relações família-escola. Acessadohttp://www.brasilescola.com/educacao/cuidar-ensinar-pensando-as-relacoes-familiaescola.htm em 13-11-2008
COSTA, A.R. e Vitalle, M.A.F. Família: Redes, laços e Políticas Publicam. SP:IEE/PUC -SP
(Orgs).(2003)
ZAGO, Nadir. Processos de Escolarização nos Meios Populares; As Contradições da Obrigatoriedade Escolar. in Nogueira, Maria Alice.(pg 20.2000)

Autor: Márcia Regina Cabral

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