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domingo, 22 de maio de 2011

O ciúme entre os filhos



João e Helena se casaram há cinco anos. João é advogado e Helena estudou Filosofia e Letras. João trabalha em uma multinacional e Helena dá aulas de Filosofia em um Instituto. No ano que se casaram tiveram seu primeiro filho: Luís, que agora tem quatro anos.
Luís sempre foi uma criança muito esperta. Começou a falar muito cedo e seu nível de vocabulário surpreende para uma criança de sua idade. É aberto e comunicativo e por ser o primeiro filho e também o primeiro neto por ambas partes, foi o centro da família durante algum tempo.
Há nove meses João e Helena tiveram seu segundo filho: José. José nasceu abaixo do peso e teve que permanecer seu primeiro mês na incubadora. Durante esse mês sua mãe passava quase todo o dia na clínica para poder ver-lhe e quando pôde trazê-lo para casa teve que prestar-lhe uma atenção especial. Durante esse mês Luís esteve aos cuidados de seus avós maternos.
A reação de Luís ante seu novo irmão foi boa. Não parecia ter ciúmes, ainda que tampouco lhe prestasse muita atenção, já que o pequeno passava a maior parte do dia dormindo. Todavia, há dois meses Luís começou a portar-se de forma estranha. Voltou a fazer xixi na cama, apesar de que desde os dois anos não mais o fazia, e chupava o dedo constantemente. Com seu irmão às vezes é muito carinhoso mas observamos que lhe belisca as mãos quando não olhamos e lhe fez alguns arranhões. 
Luís, que sempre foi dorminhoco, agora tem freqüentes pesadelos. Ficou mais desobediente, em especial quando recebem visitas dos avós ou outras pessoas alheias à família. Comporta-se mal e com freqüência acaba sendo castigado com uma bronca. Seus pais já não sabem o que fazer. Apesar de chamarem sua atenção e lhe castigarem, não vêem resultado.
É possível que tenha ciúmes?
A situação que acabamos de examinar, é um caso típico de ciúmes entre irmãos. Os ciúmes constitui uma reação emocional que se caracteriza por um sentimento de inveja e ressentimento generalizado para a pessoa que se considera como rival.
Os ciúmes aparecem especialmente por volta dos 4 anos. Nesta idade a criança começa a perceber os "outros" como rivais. É possível que os ciúmes apareçam antes na vida da criança, mas é especialmente nesta idade quando toma forma e cria situações importantes e às vezes duradouras.
ATRAVÉS DE SEUS CIÚMES SEU FILHO ESTÁ RECLAMANDO
SUA ATENÇÃO
A criança ciumenta costuma mostrar uma série de condutas características. Por exemplo:
- Costumam aparecer condutas regressivas como voltar a fazer xixi na cama, chupar o dedo, não querer comer sozinho, utilizar uma linguagem ou tom de voz infantil. Através destas condutas pretende chamar a atenção das pessoas cujo afeto teme ter perdido.
- Com freqüência mostra-se irritado, nervoso e agressivo. Esta agressividade invejosa costuma manifestar-se na obstinação, como oposição sistemática. Se trata do conhecido "diga você que eu me oponho". Esta constitui sua grande arma para atrair a atenção dos adultos e para obrigar-lhes a tê-lo em conta.
- Seus sentimentos para com o novo irmão são freqüentemente contraditórios, uma mistura de amor e ódio: por um lado lhe quer bem mas por outro experimenta uma grande agressividade por ele.

- Esta agressividade pode aparecer de forma mais ou menos dissimulada: às vezes a criança ignora o irmão ou nega sua presença. Em outras ocasiões pode mostrar condutas ou muito hostis e agressivas ou muito carinhosas por seu rival: como, por exemplo, quando lhe abraça até machucar. Em algumas ocasiões a agressividade se dirige de forma indireta para a mãe: a criança, por exemplo, aproveita um descuido da mãe para esparramar toda a pasta de dente no tapete, se dedica a esculpir a comida, ou outras "lindezas" parecidas.
 
Outras crianças manifestam seus ciúmes fazendo uma contínua referência a seu irmãozinho. Quando vêem um cachorro dizem que o irmãozinho quer um cachorro e quando vê a seus amigos de bicicleta, dizem que seu irmãozinho também tem uma bicicleta.
OS CIÚMES TAMBÉM PODE MANIFESTAR-SE DE FORMA DISSIMULADA
As vezes os pais pensam que seu filho não tem ciúmes e que quer muito bem ao recém-nascido. Entretanto, os ciúmes podem se manifestar de formas mais dissimuladas. Algumas crianças passam meses sem sentir ciúmes e de repente despertam quando seu irmão é maior e começa a ser mais gracioso, ou quando este começa a lhe tirar os jogos.
Por que surgem os ciúmes?
Na família, a rivalidade entre os irmãos para conseguir o carinho e a atenção dos pais é a causa mais freqüente dos ciúmes. O nascimento de um novo irmãozinho costuma ser a causa mais freqüente.
Diante do nascimento de um novo irmãozinho a criança sente que o mundo inteiro parece mover seu centro para outro ponto que já não é ele. Começa a acreditar que não lhe querem ou que lhe abandonaram, o que freqüentemente gera nela sentimentos de culpabilidade e baixa auto-estima. Esta culpabilidade se vê incrementada pelos sentimentos hostis que experimenta por seu irmão recém-nascido, que ele é consciente de que não são bons.
A CRIANÇA CIUMENTA SE SENTE ABANDONADA
Nesta situação, a criança necessita ser duplamente querida e cuidada. Entretanto freqüentemente os pais não são conscientes desta necessidade e tanto pais como familiares se maravilham das perfeições do recém-nascido esquecendo o mais velho e relegando-o ao lugar do "príncipe destronado". Isto faz com que a criança se ressinta e manifeste este ressentimento através das condutas antes mencionadas.
Os ciúmes também podem dar-se de um irmão menor para seu irmão maior. Isto ocorre com frequência quando o menor vê em seu irmão um "teto impossível de rebaixar". Quando o vê como um rival que sempre faz tudo melhor que ele.
Deste modo podem aparecer ciúmes quando o menor observa que seu irmão goza de certos "privilégios" que a ele lhe negam. Ante essa situação, o pequeno pode agarrar-se ainda mais à sua mãe e comportar-se como se não quisesse crescer, ou melhor, pelo contrário, proceder de forma agressiva e invejosa e manifestar uma atitude constante ao longo de sua vida de tentar superar aos demais.
Os favoritismos e preferências que os pais manifestam, freqüentemente de forma inconsciente, por um dos filhos pode dar origem a sentimentos de ciúmes nos outros irmãos. Do mesmo modo que, o incentivar a competição excessiva entre os irmãos pode favorecer a aparição de ciúmes.
NÃO FAÇA COMPARAÇÕES ENTRE OS IRMÃOS
Do mesmo modo, a dependência ou necessidade excessiva de um dos pais, normalmente a mãe, pode originar sentimentos de ciúmes pelo outro progenitor que é considerado como um rival. Este tipo de ciúmes costuma aparecer naqueles casos de mães excessivamente protetoras, que não deixam a criança desenvolver sua autonomia.
PERMITA A SEU FILHO SER AUTÔNOMO
Finalmente, a origem dos ciúmes pode, em alguns casos, situar-se nos sentimentos de insegurança e inadaptação da criança. Estes sentimentos de insegurança costumam ser conseqüência de ter se sentido recusado ou ridicularizado na infância ou de uma educação excessivamente negativa baseada no repúdio e na crítica severa por parte dos pais.
OS ELOGIOS SÃO UMA GRANDE ARMA PARA QUE SEU FILHO
SE SINTA SEGURO
O que podíamos ter feito que não fizemos para evitá-los?
A "inveja infantil" é um perigo que não pode ser evitado completamente nas famílias. Representa um estado relativamente normal no desenvolvimento da criança. Quando esta crise, normal no processo evolutivo, for superada, a criança volta a sentir-se tranqüila e avança em seu processo pessoal de maturidade.
Entretanto em alguns casos podem constituir um traço permanente e especialmente intenso na evolução da criança cujo caso pode ser sintomático de problemas emocionais mais complexos e requerer um tratamento especial.
Em qualquer caso, os pais podemos tomar uma série de medidas para facilitar a passagem de nossos filhos por esta etapa e sua superação sem que fiquem seqüelas permanentes na personalidade da criança. Por isso, vale a pena fazer todos os esforços necessários para evitá-los ou, ao menos, diminuir seus efeitos. 
EM EDUCAÇÃO TAMBÉM É MELHOR PREVENIR QUE REMEDIAR
Por exemplo, ante o nascimento de um novo irmão, é importante preparar a chegada do bebê. É conveniente que a criança saiba com antecipação que está a ponto de ter um irmão e ir acostumando-o à idéia. Deste modo, a chegada do novo irmão deve acarretar as menores alterações possíveis na vida da criança. Não é o momento de mudar-lhe de quarto, nem de que ceda seu berço ao irmãozinho, nem tampouco de que ingresse na escola infantil. Se estas mudanças forem necessárias convém que as previna e as leve a cabo muito antes de que o bebê nasça.
Por outro lado, é importante que a criança não se sinta "abandonada" durante o tempo que a mãe está na maternidade. Convém explicar-lhe com antecipação que sua mãe terá que ausentar-se por alguns dias e dar-lhe a segurança de sentir-se atendido e querido.
NÃO BASTA QUERER-LHE BEM; DEVEMOS DEMONSTRÁ-LO
volta da mãe com o recém-nascido constitui também um momento importante. Geralmente chega em casa carregada (todos sabemos "a quantidade de apetrechos" que acompanham um recém-nascido), esgotada e preocupada; e se a criança maior "entra no meio" muitas vezes recebe o primeiro grito "por causa de seu irmão". Não é um bom começo. 
Pode ser aconselhável que a criança maior não esteja presente nesse momento em que toda a atenção gira em torno da chegada do irmão. Seria mais oportuno trazer a criança algumas horas mais tarde quando o bebê já foi acomodado e a mãe estiver mais descansada. Neste momento deve demonstrar-lhe fisicamente seu afeto, pegando-lhe nos braços e abraçando-lhe.
Também é aconselhável fazer com que o irmão mais velho participe dos cuidados com o recém-nascido. Desta forma sentirá que este lhe pertence. Não lhe distancie constantemente do bebê por medo que o machuque. Se você repete isso constantemente, só estará dando-lhe "idéias". Deixe-lhe que a ajude, que lhe pegue em seus braços, mas com naturalidade, sem impô-lo.
Evite dar importância demasiada ao recém-nascido e falar todo o tempo dele. Procure, se possível, dar-lhe a refeição e banho quando o maior estiver ausente ou já estiver dormindo e reserve os mimos ao pequeno para quando o maior não possa vê-los. Tampouco se esconda se vai dar-lhe de mamar no peito, senão a criança o viverá como algo proibido. Se tem que dar-lhe o peito quando o maior está presente, chame-o e peça-lhe que se sente a seu lado porque vai contar-lhe uma história. Desta forma seu filho perceberá que está atendendo a ele e não apenas a seu irmão. 
DEIXE-LHE QUE A AJUDE
Do mesmo modo o pai deve prestar especial atenção e carinho a criança neste momento e "cuidado" com as visitas, que ficam extasiadas frente ao pequeno, e com os presentes para o recém-nascido. Em alguns casos pode ser aconselhável ter em casa pequenas guloseimas para dar ao filho mais velho quando as visitas trazem um presente para o seu irmãozinho.
O que é que ainda estamos a tempo de fazer?
Se aparecem os ciúmes, deve-se ao menos ter claro o que não se deve fazer: deve evitar as medidas de castigo ou o brigar com ele e aborrecer-se por este motivo, pois não conseguiria senão confirmar à criança seus medos e ansiedades de que por culpa de seu rival perdeu seu carinho. Em todo caso, a única coisa que conseguirá através do castigo será que a criança não manifeste seus ciúmes. Mas o ciúmes reprimido será mais forte e prejudicial para a criança do que se tivesse podido exteriorizá-los. 
O CASTIGO NÃO COSTUMA DAR BOM RESULTADO
Isto não quer dizer que você deve permitir que através de suas impaciências, aborrecimentos, ou outras manifestações de ciúmes, consiga toda a atenção e dedicação dos adultos. Se o faz terá alcançado seu objetivo e persistirá nesta atitude.
Deste modo, um erro freqüente dos pais é aproveitar o nascimento de um novo irmão para distanciar o mais velho levando-lhe a uma escola infantil, ou confiar-lhe aos cuidados de pessoas estranhas à família. Se estas mudanças são necessárias deverá prevê-las e levá-las a cabo algum tempo antes do nascimento do novo irmão.
Em linha gerais, a melhor forma de proceder consiste em que você não dê, ao menos em aparência, a menor importância às manifestações de ciúmes e pelo contrário preste mais atenção à criança e lhe faça sentir seu carinho em todos os momentos que for possível.
Seu filho necessita sentir-se querido e necessita que você o demonstre fisicamente, com beijos e apertões. É importante que a criança receba suas manifestações de carinho na presença de seu irmão menor. 
O ABRAÇÃO DE CARINHO COSTUMA SER MUITO EFETIVO
Quando ver seu filho dirigir-se para seu irmãozinho com um gesto significativo e algum objeto perigoso entre suas mãos, em lugar de gritar peque-o nos braços e apodere-se do objeto, mostrando-lhe carinho e dando-lhe a impressão de que pegou-o não para impedir uma má ação mas para mimar-lhe e para brincar.
Passado um tempo, quando a criança está alegre e tranqüila, diga-lhe, em particular e em um momento de especial confiança e com delicadeza que compreende seus sentimentos e que deve ficar tranqüilo pois papai e mamãe lhe querem tanto como antes e não vai perder vosso CARINHO.
Se seu filho aproveita um descuido para esvaziar a pasta de dentes pela almofada, procure controlar sua raiva. Espere que passe um tempo para mostrar-lhe que o que fez está errado e de que está segura de que ele não voltará a repeti-lo.
Se ele começa a cuspir a comida, arme-se de paciência e simplesmente retire o prato, mas sem que veja que se importa muito. Se for capaz de rir, melhor.
É especialmente efetivo buscar situações em que a criança possa passá-la bem junto a seu irmão. Por exemplo, que um dos dois, a mãe ou o pai, brinquem com as duas crianças ao mesmo tempo. De forma que quando a criança vê seu irmãozinho lembre como passaram bem juntos com seus pais em lugar de percebê-lo como um rival que lhe tira vosso carinho. 
PROCURE SITUAÇÕES EM QUE A CRIANÇA POSSA SENTIR-SE BEM JUNTO A SEU IRMÃOZINHO.
Quando já forem maiorzinhos é aconselhável procurar situações em que os irmãos possam "fazer equipe" e tentar ganhar de papai no futebol ou de mamãe na torrinha.
Por outro lado, dado que o ciúmes freqüentemente é conseqüência de sentimentos de insegurança e inadaptação, deverá colocar especial cuidado em reforçar a auto-estima de seu filho, em valorizar-lhe positivamente.
Terá que ajudar-lhe a ter uma imagem positiva de si mesmo, elogiando-lhe e prestando especial atenção àquilo que faz bem. Interesse-se por seus pequenos êxitos, proponha metas que seja capaz de alcançar, e reforce-lhe especialmente por aqueles êxitos dos quais é capaz e seu irmão todavia não.
Dê a seu filho mais velho alguns "privilégios" pelo fato de ser maior:
- deitar um pouco mais tarde;
- ir com papai e mamãe a lugares que seu irmão não pode ir;
- facilitar-lhe uma caixa onde possa guardar seu jogos sem que seu irmão os pegue ...
VALORIZE SEU FILHO POSITIVAMENTE
Finalmente, deve evitar os favoritismos e comparações entre os irmãos. A cada filho deve aceitá-lo como é, menino ou menina, inteligente ou desajeitado ... Quando os pais fazem comparações entre os irmãos podem provocar na criança fortes sentimentos e ressentimentos por seus pais e irmãos.
Em geral, quanto mais afetuosos se mostram os pais com seus filhos, menos perigo correm de que se tornem ciumentos. Se todas as crianças da família estão satisfeitas pelo afeto que seus pais lhe dão, não terão a inclinação a sentir ciúmes de seus irmãos. 
ACEITE A CADA FILHO COMO É E TRATE-O COMO QUER QUE ELE SEJA
Por outro lado, é melhor que os pais não tomem parte nas pequenas brigas entre os irmãos. Se intervém, deve ser para deter a briga mas sem tentar buscar culpados nem tomar partido.
Em alguns casos não se podem encontrar as causas dos ciúmes e cabe suspeitar que se devem a problemas pessoais mais complexos e profundos. Nestes casos devemos recorrer a um psicólogo profissional para um estudo mais profundo dos sentimentos da criança.

Teresa Artola González
Do livro "Como resolver situações cotidianas de seus filhos de 0 a 6 anos"

quinta-feira, 19 de maio de 2011

EDUCAR PARA PENSAR JOGOS E APRENDIZAGEM


RESUMO

Este trabalho fala das questões atuais sobre o ensino e inclusão para deficientes auditivos nas escolas comuns no Brasil, refletindo e questionando sobre a atual conjuntura da educação regular, especial e do surdo em nosso país. A educação de crianças e jovens com deficiência vem sofrendo profundas mudanças nas últimas décadas. Procedimentos muito empregados durante um período de tempo acabaram contestados e abandonados ou transformados. Essas mudanças vêm ocorrendo no sentido de ampliar progressivamente as alternativas educativas e terapêuticas como também as oportunidades de participação nas diferentes atividades da sociedade.

Palavra chave: Aluno, Deficiência Auditiva, Inclusão escolar.


1 INTRODUÇÃO
           
                Ainda hoje, apesar da evolução das práticas inclusivas, prevalecem nas escolas muito mais os pressupostos da integração do que da inclusão. As professoras ainda não  estão suficientemente preparadas para receber deficientes auditivos e pouco sabem sobre o desenvolvimento da audição, da linguagem e sobre como esses aspectos influenciam e determinam formas particulares de apreensão de conteúdos. Prevalece a idéia de que é o aluno com necessidades especiais quem deve se adaptar ao ambiente, empenhar-se para ser nele integrada; ou então, as professoras buscam estratégias individuais de aproximação, sem que essa questão seja problematizada junto ao corpo técnico da escola, que ainda não vem efetivando transformações em sua organização para receber esses alunos. No primeiro titulo será comentado sobre o aluno com deficiência auditiva. No segundo sobre a inclusão desses alunos na sociedade e na escola comum; São assuntos de muitas discussões então tentarei fazer um resumo.


 1 O ALUNO COM DEFICIÊNCIA
Historicamente a educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir. (SOARES, p.32, 1999)

            No Brasil, a maioria dos deficientes auditivos que tem acesso à escola e atendimento especializado tem sido tratada por métodos que visam  a comunicação oral. Se por um lado muitas crianças apresentam bons resultados com este método, outras, devido à perda auditiva profunda ou a dificuldades próprias, não conseguem o mesmo aproveitamento. Em se tratando de aluno com deficiência auditiva, o que parece certo é que não se deve pautar pelo maniqueísmo; não há uma regra ou uma receita que garanta o bom resultado. Cada criança tem sua história e, sem dúvida, o professor e a escola terá papel decisivo no seu desempenho. Ainda hoje o trabalho com o deficiente auditivo é controverso. Existem duas grandes linhas: a oralista, com métodos que utilizam o treinamento oral, e a Língua de Sinais. De acordo com BUENO (p.36, 2001)

O século XIX caracterizou-se pelo domínio da linguagem gestual sob influência do Instituto de Surdos de Paris, criado pelo Abade de L'Epée. Em 1880 o II Congresso Mundial de Educação de Surdos, em Milão, considerou o oralismo como o método mais adequado, pela possibilidade de integração do indivíduo à sociedade.


            No entanto, o sistema educacional com classes e escolas especiais favoreceu a segregação e o surgimento das comunidades surdas. Nos anos 70, a partir dos EUA, movimentos favoráveis à Língua de Sinais como uma língua mais completa, que permitia o desenvolvimento global dos surdos, culminaram na proposta bilíngüe que defende o acesso a Língua de Sinais, da comunidade surda, e a oral e escrita, do grupo majoritário. “A Declaração de Salamanca promulgada nessa época reconhece a Língua de Sinais e a possibilidade de sua utilização para a educação dos surdos, bem como a manutenção dos sistemas especiais de ensino como classes e escolas especiais. ” (BUENO,p37, 2001).Um aspecto a ser comentado é a classificação da pessoa com necessidade especial, passível de crítica por levar ao rótulo que tem a deficiência como uma desvantagem, um desvio da norma, ocasionando segregação e marginalização.
Na perspectiva da inclusão, esse problema deixa de existir, pois todos estão sob o princípio da igualdade. Mas é inegável que cada aluno tem a sua própria história composta pelo seu ambiente familiar, social, econômico, emocional, além das suas condições orgânicas. Especialmente na deficiência auditiva, a história do aluno precisa ser conhecida para ser mais bem aproveitada. Mais do que isso, é determinante quanto ao tipo de escola e recursos que podem proporcionar seu melhor aproveitamento. Segundo COUTO-LENZI (p.22-25. 1997) “Expõe muito claramente a condição do indivíduo com deficiência auditiva. Sua única limitação seria na percepção dos sons, que pode afetá-lo em diferentes graus. Mas o avanço científico e tecnológico é capaz de proporcionar dispositivos que favorecem sua capacidade de compreensão.” Sob este aspecto, há o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania e, há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio – econômico - cultural da sua família. A educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve  assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir.


2  A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA E NA SOCIEDADE

A inserção de algum aluno deficiente em uma classe comum, se determinada apenas administrativamente, não assegura que ele será bem acolhido pelo professor e colegas da classe, nem lhe garante ensino de qualidade mediante adequado atendimento a suas particularidades e necessidades especiais.
Muitas das decisões a serem tomadas, das medidas adotadas para a acolhida positiva e a provisão do imprescindível suporte ao aluno especial, visando o convívio produtivo a toda a classe, podem depender da correta compreensão da proposta da educação inclusiva e das atitudes sociais genuinamente favoráveis à inclusão por parte do professor, uma das variáveis mais importantes para o sucesso dela. (HASTINGS, p34, 2003)


Assim, é enfatizado que as práticas inclusivas podem fracassar se professores do ensino comum não tiverem atitudes sociais positivas em relação a essas práticas à decisão de incluir ou não aluno especial depende da vontade dos professores de aceitar e apoiar esses estudantes.

O conceito de atitudes sociais parece adequar-se bastante ao estudo das reações das pessoas face à inclusão. Por ser um assunto atual, relevante e politicamente correto, de um lado, e por envolver valores pessoais muito enraizados sobre direitos e normas de convívio social, as reações manifestadas face à inclusão com certeza possuem fortes componentes cognitivos, emocionais e comportamentais, que se constituem nos vinculados às atitudes sociais, segundo várias conceituações. ( KRECH,     p56 ,1973).


            Na sociedade que vivemos precisamos de pessoas com um modelo social que busquem soluções para as necessidades dos educandos, por  diferentes que sejam, precisamos de pessoas com espírito critico e capaz de agir com autonomia e com alternativas a fim de diminuir a distância entre o que se aprende e o que se ensina, de significativo conhecimento contribui para a sua vida como cidadãos. Possibilitando-nos a autogestão, poder de decisão, de participação, de refletir, interagir, saber fazer, agir, pensar, conviver. Assim nos questionamos qual é o papel do educador com a inclusão? E nossos governantes o que vem buscando para a formação desse professor que é tão importante na ação formadora do educando, mas esse educador precisa de recursos de estímulos por partes dos nossos governantes. Precisamos de atitudes que são fundamentais na educação como: o educador estar comprometido com a inclusão, buscar realmente saber o que os alunos precisam aprender buscar respeitar o potencial de cada um com igualdade. Acreditar que o Deficiente auditivo é capaz de aprender, verificar se o aluno deficiente se ele quer partilhar dados sobre sua deficiência e só em caso afirmativo passa essa informação para outras pessoas. Se esse aluno ouve e qual o grau de dB do mesmo.

            Para se ter uma Educação Inclusiva, precisa que o educador tenha responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Saber assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula. Ter materiais adaptáveis para esses alunos, para assim satisfazer a necessidade do mesmo. Existir parcerias entre a escola/professor e acompanhamentos psicológicos e fonoaudiológico e assim beneficiar a prática educativa em geral e a educação inclusiva na sala de aula. A falta de uma linguagem, independente de como ela seja, acarreta em especial na criança, atraso em seu desenvolvimento cognitivo, de aprendizagem, dificuldades de interação com outros sujeitos no seu meio, em consequência sua capacidade de interação com outros pode ser comprometida.

             A questão da inclusão do Deficiente Auditivo abre um significado especial no bojo da educação brasileira, com os pressupostos inclusivistas que nos últimos anos estão sendo discutidos por suas características que permeiam a busca de uma sociedade igualitária, nos moldes das reais necessidades de uma clientela, cada vez mais exigente, quanto aos seus direitos e seus potenciais de realizações, que tem por finalidade a busca não apenas se auto gerir, como também colocar o sujeito dentro do contexto escolar regular, e, sobretudo buscar soluções, com a participação de todos em busca de uma educação com qualidade. Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é chamada de Libras. Um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral.


6 CONCLUSÃO

            Pode-se concluir que a inclusão é um movimento mais amplo que envolve toda a sociedade. A partir do momento que nossas crianças forem educadas para essa inclusão, será possível trabalhar o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania. E há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio, econômico e cultural da sua família. Ainda tem muito insucesso do deficiente auditivo no sistema de ensino mantido até então, apesar dos recursos disponíveis: ensino itinerante, sala de recursos e classe especial. As temáticas priorizadas são a descentralização da educação via municipalização, a inclusão, as leis e diretrizes que norteiam a educação especial no Brasil, mas estamos caminhando para um futuro melhor.


7  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUENO, J.G.S. - Educação inclusiva e escolarização dos surdos. Integração. n.23, p.37-42, 2001.
COUTO-LENZI, A. - A integração das pessoas surdas. Espaço, v.7 (jan./jun.), p.22-25, 1997
HASTINGS, R.P. Professores e Estudantes Atitudes de Inclusão de Criança Especiais. p.87-94. 2003.
SOARES, M.A.L. - A Educação do Surdo no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados; Bragança Paulista: EDUSF,p.32. 1999
KRECH, D. O Indivíduo na Sociedade. São Paulo: Pioneira. p 56.1973.

A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NA ESCOLA COMUM


A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NA ESCOLA COMUM

Márcia Regina Cabral
Prof.ª Luciana Monteiro do Nascimento
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia/Licenciatura (PED7761/1) – Educação Especial
18-11-2009


RESUMO

Este trabalho fala das questões atuais sobre o ensino e inclusão para deficientes auditivos nas escolas comuns no Brasil, refletindo e questionando sobre a atual conjuntura da educação regular, especial e do surdo em nosso país. A educação de crianças e jovens com deficiência vem sofrendo profundas mudanças nas últimas décadas. Procedimentos muito empregados durante um período de tempo acabaram contestados e abandonados ou transformados. Essas mudanças vêm ocorrendo no sentido de ampliar progressivamente as alternativas educativas e terapêuticas como também as oportunidades de participação nas diferentes atividades da sociedade.

Palavra chave: Aluno, Deficiência Auditiva, Inclusão escolar.


1 INTRODUÇÃO
           
            Ainda hoje, apesar da evolução das práticas inclusivas, prevalecem nas escolas muito mais os pressupostos da integração do que da inclusão. As professoras ainda não  estão suficientemente preparadas para receber deficientes auditivos e pouco sabem sobre o desenvolvimento da audição, da linguagem e sobre como esses aspectos influenciam e determinam formas particulares de apreensão de conteúdos. Prevalece a idéia de que é o aluno com necessidades especiais quem deve se adaptar ao ambiente, empenhar-se para ser nele integrada; ou então, as professoras buscam estratégias individuais de aproximação, sem que essa questão seja problematizada junto ao corpo técnico da escola, que ainda não vem efetivando transformações em sua organização para receber esses alunos. No primeiro titulo será comentado sobre o aluno com deficiência auditiva. No segundo sobre a inclusão desses alunos na sociedade e na escola comum; São assuntos de muitas discussões então tentarei fazer um resumo.


 1 O ALUNO COM DEFICIÊNCIA
Historicamente a educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir. (SOARES, p.32, 1999)

            No Brasil, a maioria dos deficientes auditivos que tem acesso à escola e atendimento especializado tem sido tratada por métodos que visam  a comunicação oral. Se por um lado muitas crianças apresentam bons resultados com este método, outras, devido à perda auditiva profunda ou a dificuldades próprias, não conseguem o mesmo aproveitamento. Em se tratando de aluno com deficiência auditiva, o que parece certo é que não se deve pautar pelo maniqueísmo; não há uma regra ou uma receita que garanta o bom resultado. Cada criança tem sua história e, sem dúvida, o professor e a escola terá papel decisivo no seu desempenho. Ainda hoje o trabalho com o deficiente auditivo é controverso. Existem duas grandes linhas: a oralista, com métodos que utilizam o treinamento oral, e a Língua de Sinais. De acordo com BUENO (p.36, 2001)

O século XIX caracterizou-se pelo domínio da linguagem gestual sob influência do Instituto de Surdos de Paris, criado pelo Abade de L'Epée. Em 1880 o II Congresso Mundial de Educação de Surdos, em Milão, considerou o oralismo como o método mais adequado, pela possibilidade de integração do indivíduo à sociedade.


            No entanto, o sistema educacional com classes e escolas especiais favoreceu a segregação e o surgimento das comunidades surdas. Nos anos 70, a partir dos EUA, movimentos favoráveis à Língua de Sinais como uma língua mais completa, que permitia o desenvolvimento global dos surdos, culminaram na proposta bilíngüe que defende o acesso a Língua de Sinais, da comunidade surda, e a oral e escrita, do grupo majoritário. “A Declaração de Salamanca promulgada nessa época reconhece a Língua de Sinais e a possibilidade de sua utilização para a educação dos surdos, bem como a manutenção dos sistemas especiais de ensino como classes e escolas especiais. ” (BUENO,p37, 2001).Um aspecto a ser comentado é a classificação da pessoa com necessidade especial, passível de crítica por levar ao rótulo que tem a deficiência como uma desvantagem, um desvio da norma, ocasionando segregação e marginalização.
Na perspectiva da inclusão, esse problema deixa de existir, pois todos estão sob o princípio da igualdade. Mas é inegável que cada aluno tem a sua própria história composta pelo seu ambiente familiar, social, econômico, emocional, além das suas condições orgânicas. Especialmente na deficiência auditiva, a história do aluno precisa ser conhecida para ser mais bem aproveitada. Mais do que isso, é determinante quanto ao tipo de escola e recursos que podem proporcionar seu melhor aproveitamento. Segundo COUTO-LENZI (p.22-25. 1997) “Expõe muito claramente a condição do indivíduo com deficiência auditiva. Sua única limitação seria na percepção dos sons, que pode afetá-lo em diferentes graus. Mas o avanço científico e tecnológico é capaz de proporcionar dispositivos que favorecem sua capacidade de compreensão.” Sob este aspecto, há o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania e, há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio – econômico - cultural da sua família. A educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve  assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir.


2  A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA E NA SOCIEDADE

A inserção de algum aluno deficiente em uma classe comum, se determinada apenas administrativamente, não assegura que ele será bem acolhido pelo professor e colegas da classe, nem lhe garante ensino de qualidade mediante adequado atendimento a suas particularidades e necessidades especiais.
Muitas das decisões a serem tomadas, das medidas adotadas para a acolhida positiva e a provisão do imprescindível suporte ao aluno especial, visando o convívio produtivo a toda a classe, podem depender da correta compreensão da proposta da educação inclusiva e das atitudes sociais genuinamente favoráveis à inclusão por parte do professor, uma das variáveis mais importantes para o sucesso dela. (HASTINGS, p34, 2003)


Assim, é enfatizado que as práticas inclusivas podem fracassar se professores do ensino comum não tiverem atitudes sociais positivas em relação a essas práticas à decisão de incluir ou não aluno especial depende da vontade dos professores de aceitar e apoiar esses estudantes.

O conceito de atitudes sociais parece adequar-se bastante ao estudo das reações das pessoas face à inclusão. Por ser um assunto atual, relevante e politicamente correto, de um lado, e por envolver valores pessoais muito enraizados sobre direitos e normas de convívio social, as reações manifestadas face à inclusão com certeza possuem fortes componentes cognitivos, emocionais e comportamentais, que se constituem nos vinculados às atitudes sociais, segundo várias conceituações. ( KRECH,     p56 ,1973).


            Na sociedade que vivemos precisamos de pessoas com um modelo social que busquem soluções para as necessidades dos educandos, por  diferentes que sejam, precisamos de pessoas com espírito critico e capaz de agir com autonomia e com alternativas a fim de diminuir a distância entre o que se aprende e o que se ensina, de significativo conhecimento contribui para a sua vida como cidadãos. Possibilitando-nos a autogestão, poder de decisão, de participação, de refletir, interagir, saber fazer, agir, pensar, conviver. Assim nos questionamos qual é o papel do educador com a inclusão? E nossos governantes o que vem buscando para a formação desse professor que é tão importante na ação formadora do educando, mas esse educador precisa de recursos de estímulos por partes dos nossos governantes. Precisamos de atitudes que são fundamentais na educação como: o educador estar comprometido com a inclusão, buscar realmente saber o que os alunos precisam aprender buscar respeitar o potencial de cada um com igualdade. Acreditar que o Deficiente auditivo é capaz de aprender, verificar se o aluno deficiente se ele quer partilhar dados sobre sua deficiência e só em caso afirmativo passa essa informação para outras pessoas. Se esse aluno ouve e qual o grau de dB do mesmo.

            Para se ter uma Educação Inclusiva, precisa que o educador tenha responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Saber assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula. Ter materiais adaptáveis para esses alunos, para assim satisfazer a necessidade do mesmo. Existir parcerias entre a escola/professor e acompanhamentos psicológicos e fonoaudiológico e assim beneficiar a prática educativa em geral e a educação inclusiva na sala de aula. A falta de uma linguagem, independente de como ela seja, acarreta em especial na criança, atraso em seu desenvolvimento cognitivo, de aprendizagem, dificuldades de interação com outros sujeitos no seu meio, em consequência sua capacidade de interação com outros pode ser comprometida.

             A questão da inclusão do Deficiente Auditivo abre um significado especial no bojo da educação brasileira, com os pressupostos inclusivistas que nos últimos anos estão sendo discutidos por suas características que permeiam a busca de uma sociedade igualitária, nos moldes das reais necessidades de uma clientela, cada vez mais exigente, quanto aos seus direitos e seus potenciais de realizações, que tem por finalidade a busca não apenas se auto gerir, como também colocar o sujeito dentro do contexto escolar regular, e, sobretudo buscar soluções, com a participação de todos em busca de uma educação com qualidade. Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é chamada de Libras. Um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral.


6 CONCLUSÃO

            Pode-se concluir que a inclusão é um movimento mais amplo que envolve toda a sociedade. A partir do momento que nossas crianças forem educadas para essa inclusão, será possível trabalhar o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania. E há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio, econômico e cultural da sua família. Ainda tem muito insucesso do deficiente auditivo no sistema de ensino mantido até então, apesar dos recursos disponíveis: ensino itinerante, sala de recursos e classe especial. As temáticas priorizadas são a descentralização da educação via municipalização, a inclusão, as leis e diretrizes que norteiam a educação especial no Brasil, mas estamos caminhando para um futuro melhor.


7  REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUENO, J.G.S. - Educação inclusiva e escolarização dos surdos. Integração. n.23, p.37-42, 2001.
COUTO-LENZI, A. - A integração das pessoas surdas. Espaço, v.7 (jan./jun.), p.22-25, 1997
HASTINGS, R.P. Professores e Estudantes Atitudes de Inclusão de Criança Especiais. p.87-94. 2003.
SOARES, M.A.L. - A Educação do Surdo no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados; Bragança Paulista: EDUSF,p.32. 1999
KRECH, D. O Indivíduo na Sociedade. São Paulo: Pioneira. p 56.1973.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"A vida me ensinou... 
A dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração; Sorrir às pessoas que não gostam de mim, Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam; Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade, para que eu possa acreditar que tudo vai mudar; Calar-me para ouvir; aprender com meus erros. Afinal eu posso ser sempre melhor. A lutar contra as injustiças; sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo. A ser forte quando os que amo estão com problemas; Ser carinhoso com todos que precisam do meu carinho; Ouvir a todos que só precisam desabafar; Amar aos que me machucam ou querem fazer de mim depósito de suas frustrações e desafetos; Perdoar incondicionalmente, pois já precisei desse perdão; Amar incondicionalmente, pois também preciso desse amor; A alegrar a quem precisa; A pedir perdão; A sonhar acordado; A acordar para a realidade (sempre que fosse necessário); A aproveitar cada instante de felicidade; A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar; Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las; A ver o encanto do pôr-do-sol; A sentir a dor do adeus e do que se acaba, sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser; A abrir minhas janelas para o amor; A não temer o futuro; Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente, como um presente que da vida recebi, e usá-lo como um diamante que eu mesmo tenha que lapidar, lhe dando forma da maneira que eu escolher. "Charles Chaplin« 

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

A MÚSICA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

“Pontuar música na educação é defender a necessidade
de sua prática em nossas escolas, é auxiliar o educando a
concretizar sentimentos em formas expressivas; é auxiliá-lo a
interpretar sua posição no mundo; é possibilitar-lhe a
compreensão de suas vivências, é conferir sentido e significado
à sua nova condição de indivíduo e cidadão.” Zampronha
(2002, pg120)


Por atender a diferentes aspectos do desenvolvimento humano, a música tem como função ser um agente facilitador integrador do progresso educacional. Não basta, porém, simplesmente colocá-la no currículo. Já basta o Brasil, que tem muita coisa no papel e pouco em prática.
Do ponto de vista da psicologia, a música é uma forma de comportamento humano, em suas relações com o meio físico e social. Ao colocar na sala de aula, uma música mais agitada, é comum vê os alunos dançando, sorrindo mais, pulando, falando, gesticulando. O oposto é notado quando se coloca uma música mais lenta, ou instrumental conforme comenta Bréscia (2003).
Foi interessante quando coloquei certa vez, uma música instrumental na classe, e uma criança me perguntou - Cadê a música? - respondi a ela que já estava sendo tocada.
- Mas ninguém canta!. Achei engraçado, porém expliquei que existem vários tipos de música, inclusive as que não possuem voz humana, só a voz dos instrumentos.
Esse, creio eu, é o princípio do conhecimento dos gêneros musicais, mostrando as músicas de vários países, e as do nosso, valorizando-as, distinguindo-as e sabendo escolhê-las, elegendo qual é apropriada para o momento, ou mesmo para se refletir a
vida.
O ambiente da educação infantil é repleto de repertórios musicais. Muitos professores utilizam a música de maneira errada, quando não dominam esse assunto.
Desprezam-se os sons da natureza; despreza-se o silêncio, que é um componente da
música, como já fora relatado.
Demasiadas vezes, ao entrar em alguma classe (inclusive a minha, tempos atrás), ouvimos aquele som alto, as crianças gritando mais alto ainda, ferindo os limites dos decibéis, agitando, tanto as crianças como o docente, em momentos que não são de agitação.
É comum ouvir entre educadores que a música desperta a criatividade, propicia momentos para que a criança se expresse etc. Porém, uma mesma música pode ou não vir de encontro com esses objetivos, depende da maneira como é colocada.

Se utilizarmos, por exemplo, a seguinte música:


“Caranguejo não é peixe...
Caranguejo peixe é...
Caranguejo só é peixe,
Na enchente da maré!
Olha palma, palma, palma...
Olha o pé, pé, pé...
Olha roda, roda, roda...
Caranguejo peixe é!!!!!!!!!!!”
(Autor desconhecido)


Ao colocar gestos e condicionar a criança a fazê-lo sempre da mesa forma, os objetivos propostos acima não são efetivados. Ao contrário, se for proposto que as crianças criem os gestos, a coreografia, enfim, por mais que a música seja sugestiva, posso dizer que um primeiro passo já foi dado. Como a criança vai despertar e usar sua criatividade se ela já recebe tudo pronto? Para compreender melhor isso, basta olhar para o exemplo do desenho livre. A criança aprimora seus traços à medida que lhe vai sendo oportunizado desenhar livremente, o contrário aos desenhos prontos. Não que estes últimos serão excluídos, mas tem que deixar que a criança tenha realmente o tempo para criar o seu desenho.

Da mesma forma acontece com a música. Temos a mania de levar a música com os gestos todos prontos... Porque não deixar que a criança invente sua música? Mude a coreografia? Será que realmente damos oportunidade à criança para criar?
Outro equívoco que se comete também, é o de não atentar-se à letra da música.
Às vezes ela pode ter uma melodia gostosa, pode possibilitar uma coreografia linda, mas é excludente, ou fora da realidade, como por exemplo, quando fala de comida, ou de família.
Canto com as crianças, porém com receio a música: Na sala de aula, não deve prevalecer somente o que o educador traz. Os alunos também trazem músicas ou criam mediante uma situação, seja ela boa ou ruim, respeitar a bagagem da criança;deixar a criança no centro do processo e o professor como mediador e não como ator principal.
Como já disse, ouvir os sons do ambiente é uma atividade muito interessante, pois permite trabalhar percepção espacial, órgãos do sentido, etc. A criança pode construir um repertório de sons que ela ouve de casa até a escola, ou um repertório dos sons que ela gosta.
Devido a alguns acontecimentos na minha sala de aula, fui orientada pela direção a agir de uma maneira construtiva quando a criança trouxer para a escola, CD, ou uma música que aprendeu, ou uma música que a família aprecia. Ou seja, não posso recusar o que a criança traz, por mais que o conteúdo seja impróprio. Mesmo porque às vezes nem a família, nem a criança, pararam para refletir sobre o que está sendo
cantado.
Fui orientada mediante esta situação, discutir, interpretar a letra da música com as crianças, e perguntar se esta música é apropriada ou não, assim a criança vai criando o hábito de discernir o que é útil, e o que é fútil.
Dentro do trabalho com a música, é importante que se faça um trabalho com sons, com as propriedades da música: altura, intensidade, tempo, ritmo, timbre, memória tonal. A criança sem saber, já faz uso de algumas dessas propriedades sem mesmo saber que o faz, sem saber que quando o faz, repete um gesto muitas vezes cultural, que implica na sua expressão como por exemplo: quando a criança quer contar um segredo ela cochicha, quando quer cantar parabéns, canta em alto som, feliz com o aniversário.
A música também auxilia na fase de adaptação à escola, ou mesmo na comunicação não verbal. Crianças de educação infantil, muito pequenas, tendem a retrair-se e não ter contato com ninguém. Não falam, não murmuram, no máximo emitem sons com um determinado ritmo. Muitas vezes o educador conversa com essa criança, por meio de uma comunicação não verbal, ele tenta murmurar como a criança e vai conseguindo promover uma adaptação desta criança.
Na brincadeira, nesse murmurar, a criança já vai compreendendo, incorporando que naquele lugar não tem perigo, que ela pode confiar no educador, na equipe da escola, nos amigos. Creio durante o período de adaptação da criança ocorram situações em que “A música sempre induz movimentos afetivos, que se processam na escuta por meio da vivência de estruturas que existem em nível de texto nela própria.” ZAMPRONHA (2002, pg 24).
É preciso atentar-se aos medos que o educador “enfrenta”, quando vai cantar na sala de aula. Lembro-me que na disciplina de produção e conhecimento da matemática falei em um seminário, que por volta dos cinco, seis anos, a criança começa a despertar repúdio pelo erro. Teme errar, às vezes se retrai, deixa de fazer uma atividade para não correr o risco de errar.
Com a música, nós adultos passamos pelo mesmo problema: evitamos cantar, temendo o “constrangimento de desafinar”. Portanto, é importante saber que a afinação é um conceito social, que a sociedade constrói e que isso não deve ser motivo para não fazer uso da música, ou usar somente CD em sala de aula.
Música não é questão de dom, como nos ensina Craidy (2002), mas sim de hábito, assim como podemos adquirir o hábito pela leitura, também podemos fazê-lo com a música. Incentivar as crianças a produzir suas músicas é muito interessante.
Assim como construir seu próprio instrumento musical. Acredito que o gosto e o hábito pela música podem crescer beneficiando a criança, tornando a aula mais rica.
Quando falo em construção de instrumentos musicais, penso no que foi dito anteriormente, sobre a questão da interdisciplinaridade. Embora na educação infantil, não ocorra a segmentação de disciplinas (português, matemática, etc.), o educador quando vai trabalhar um projeto, o elabora, pensando o que está trabalhando com aquela sala de aula.
A educação infantil para mim, é a melhor escola para o professor entender o que é interdisciplinaridade. Eu aprendi a trabalhar interdisciplinarmente depois que comecei a lecionar no curso de educação infantil. Faculdade nenhuma, magistério nenhum, ensina o que é interdisciplinar como a educação infantil.
Quando for trabalhar com instrumentos musicais, Bréscia (2003), sugere que o educador também o possa fazer de maneira mais lúdica, mais prática, fazendo a criança experimentar em cima de cada instrumento, permitindo que ela crie seu som, sua música. A classe pode até criar uma canção em cima dos instrumentos que conheceu, a partir da experiência que tiveram com cada um. Uma música que a professora pode usar como recurso, é a do mestre André:


“Foi na loja do mestre André,
Que eu comprei um pianinho,
Plin, plin, plin um pianinho.
Ai olé, ai olé
Foi na loja do mestre André (bis)”


E a música continua com outros instrumentos, imitando seus sons, e até mesmo, com os instrumentos seguindo o ritmo da música.
Manusear os instrumentos, assim como criá-los, criar coreografias também é trabalhar com música. Muitos pensam que música é só cantar! Mas ela vai além, pois permite experiências concretas, desde experimentar o instrumento, assim como criá-lo, separar os instrumentos por sons, seriá-los. Isso também auxilia no desenvolvimento cognitivo da criança.
A música enquanto linguagem deve ser trabalhada na sala de aula, quando se faz um trabalho vocal, jogos rítmicos, ou que contenham som, movimento, dança ou os de improvisação. Outra atividade que pode ser realizada na educação infantil é a sonorização de histórias, sugere a autora citada no parágrafo anterior.
Qualquer material sonoro pode ser utilizado para fazer música. Sendo assim, Brito (2003) considera que qualquer propagador de som, pode ser chamado de fonte sonora. Na educação infantil, ao se trabalhar com música, deve-se reunir grande quantidade de fonte sonora. Inclusive pode ser mostrado às crianças, o filme Tarzan. Neste filme há uma cena em que os gorilas fazem som utilizando objetos dos humanos.
É um meio de se produzir música. É interessante utilizar instrumentos bonitinhos, mas a improvisação também envolve isto.
Além dos instrumentos temos também um recurso muito potente, muito conhecido e muito utilizado, não só na música, mas durante toda a nossa vida: a VOZ!
Nossa capacidade de produzir som é muito grande e muito significativa desde a mais tenra idade. Os bebês, por exemplo, se comunicam pelo choro, além de reproduzir sons vocais que ouvem.
O trabalho com a voz deve envolver brincadeiras, onomatopéias, ruídos, reproduzir o som das vogais e das consoantes (pondo ênfase na formação labial), esse trabalho implica na escolha de um local apropriado, acolhedor, que não comprometa a voz infantil. Esta, por sua vez, deve ser alvo de observação do professor, a fim de verificar se a criança tem voz rouca, se faz força para falar, se grita ao invés de falar. Nesses casos, a criança deve ser encaminhada para uma pessoaespecializada no assunto, para que se verifiquem eventuais problemas e estes sejam solucionados.
É muito importante embalar o bebê e cantar ao mesmo tempo. Nesse caso a música terá a função de relaxamento e possibilitará ao bebê um sono tranqüilo. No entanto, quando cantar “cantiga de ninar” ou acalantos, atenção... pois em geral suas letras mais ameaçam a criança doque a tranqüilizam. Ainda bem que quando criança não me atentei às letras. Vejamos um exemplo:


“Nana, nenê
Que a cuca vai pegar!
Papai tá na roça,
Mamãe no cafezá!
Bicho papão
Sai de cima do telhado
Vem ver esse menino,
Dorme um sono sossegado!”



Neste gênero, é de grande valia que o professor resgate as brincadeiras tradicionais, e as mostre às crianças, tanto da sua infância, quanto dos pais delas. Num dia de integração com a família, isso pode ser vivido na prática, discutindo com a criança a diferença do brincar de hoje, com o de antigamente; onde não havia tantos brinquedos eletrônicos, que praticamente nem precisam da criança, pois ele faz tudo sozinho, com apenas um toque no botão “on”. Refiro-me a esta atividade de integração pois já realizei esta experiência na escola onde leciono. A improvisação, por sua vez, tem de se fazer presente por contemplar conteúdos simbólicos, sensório motores.
“Na maior parte dos casos elas (crianças) improvisam, cantando e contando histórias, casos etc. Algumas vezes, no entanto, podem fixar e repetir muitas vezes a mesma ‘invenção’.
É importante estimular a atividade de criação, e, a princípio, é preferível deixar que a criança invente – letra e melodia – sem a interferência do adulto. Podemos, no entanto, sugerir temas,... ou ajudar a organizar as idéias das crianças,... com o cuidado de não conduzir a composição para o modo adulto de perceber e expressar.”

A história tem que fazer parte do cotidiano das crianças, pois desenvolvem a linguagem oral,ampliando o vocabulário, segundo a autora acima citada. Sonorizar a história adeixamelhor, desperta a atenção de bebês e crianças. Porém é preciso entonação, sabendo mudá-la cada vez que muda cada parte da história, o personagem, ou o “clima da história” (descontraído, suspense, medo, alegre).

Porém não precisa de nenhuma graduação em arte para isso! Não é tão complicado como parece! Para tanto, há de escolher com carinho a história a ser contada e também, se preferir,além de sonorizá-la, pode contar com a ajuda de alguns objetos do cotidiano, como faca,garfo, copo, como passava a um tempo atrás na TV Cultura!
O trabalho com a música é de inúmeras possibilidades, basta que a criança e professor usem sua criatividade.
por prof Sandra Nádia
O lúdico é o parceiro do professor.

Brincar hoje nas escolas está ausente de uma proposta pedagógica que incorpore o lúdico como eixo do trabalho infantil. Esse resultado, apesar de apontar na direção das ações do professor, não deve atribuir-lhe culpabilidade.
Ao contrário, trata-se de evidenciar o tipo de formação profissional do professor que não contempla informações nem vivências a respeito do brincar e do desenvolvimento infantil em uma perspectiva social, afetiva, cultural, histórica e criativa.
É rara a escola que invista neste aprendizado. A escola simplesmente esqueceu a brincadeira, na sala de aula ou ela é utilizada com um papel didático, ou é considerada uma perda de tempo.
Há um bom tempo, as escolas dão o devido valor ao brincar. Valorizar neste caso significa cada vez mais levar o brinquedo para a sala de aula e também promover os profissionais de conhecimentos para que possam entender e interpretar o brincar, assim como utilizá-lo para que auxilie na construção do aprendizado da criança.
Para que isso aconteça, o adulto deve estar muito presente e participante nos momentos lúdicos.
Quem trabalha na Educação de crianças deve saber que podemos sempre desenvolver a motricidade, à atenção e a imaginação de uma criança.
Em qualquer época da vida de crianças e adolescentes e porque não de adultos, as brincadeiras devem estar presentes.
Brincar não é coisa apenas de crianças pequenas, erra a escola ao subsidiar sua ação, dividindo o mundo em lados opostos: de um lado o jogo da brincadeira, do sonho, da fantasia e do outro: O mundo sério do trabalho e do estudo. Independente do tipo de vida que se leve, todos adultos, jovens e crianças precisam da brincadeira e de alguma forma de jogo, sonho e fantasia para viver.
A capacidade de brincar, abre para todos: crianças, jovens e adultas, uma possibilidade de resolver enigmas que os rodeiam. A brincadeira é o momento sobre si mesmo e sobre o mundo, dentro de um contexto de faz-de-conta. Nas escolas isto é muitas vezes esquecido.
Observo então que na escola não há lugar para o desenvolvimento global e harmonioso em brincadeiras, jogos e outras atividades lúdicas. Ao chegar à escola a criança é impedida de assumir sua corporeidade, passando a ser submissa através de horas que fica imobilizada na sala de aula. Sendo assim, para o aluno se auto-realizar é quando eles atingem seus objetivos preestabelecidos com o máximo de rendimento e o mínimo de investimento de energia. Então o conceito de auto-realização tem a ver com a eficácia pessoal.
Então quando o professor organizar suas atividades de aula, deve selecionar aquelas mais significativas para seus alunos. Em seguida o professor deve criar condições para que estas atividades significativas sejam realizadas.
Destaca-se a importância dos alunos trabalharem na sala de aula em grupos, interagindo uns com outros, e este trabalho coletivo facilitará o próprio autodesenvolvimento individual. Cabe ao professor em sala de aula estabelecer metodologias e condições para desenvolver e facilitar este tipo de trabalho. A identidade do grupo tem como resultado a integração de atividades mais amplas e profundas, como do tipo de liderança, respeito aos membros, condições de trabalho, perspectivas de progresso, retribuição ao investimento individual, compreensão e ajuda mútua, aceitação. São estas as qualidades que devem ser trabalhadas pelos professores e este deve estar atento principalmente ao componente com o qual o corpo dialoga através do movimento: a afetividade. A afetividade é um valor humano que apresenta diversas dimensões: amor, respeito, aceitação, apoio, reconhecimento, gratidão e interesse. Brincadeira e aprendizagem são consideradas ações com finalidades bastantes diferentes e não podem habitar o mesmo espaço e tempo. Isto não está certo, O professor é quem cria oportunidades para que o brincar aconteça, sem atrapalhar as aulas. São os recreios, os momentos livres ou as horas de descanso.
No entanto constata-se que é através das brincadeiras que a criança representa o discurso externo e o interioriza, construindo seu próprio pensamento. O adulto transmite à criança uma certa forma de ver as coisas.
Quando se apresenta vária coisa ao mesmo tempo, ou então por tempo insuficiente ou excessivo, estamos desestimulado o estabelecimento de uma atitude de observação.
prof Sandra Nádia