A INCLUSÃO DO ALUNO COM DEFICIÊNCIA AUDITIVA NA ESCOLA COMUM
Márcia Regina Cabral
Prof.ª Luciana Monteiro do Nascimento
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Pedagogia/Licenciatura (PED7761/1) – Educação Especial
RESUMO
Este trabalho fala das questões atuais sobre o ensino e inclusão para deficientes auditivos nas escolas comuns no Brasil, refletindo e questionando sobre a atual conjuntura da educação regular, especial e do surdo em nosso país. A educação de crianças e jovens com deficiência vem sofrendo profundas mudanças nas últimas décadas. Procedimentos muito empregados durante um período de tempo acabaram contestados e abandonados ou transformados. Essas mudanças vêm ocorrendo no sentido de ampliar progressivamente as alternativas educativas e terapêuticas como também as oportunidades de participação nas diferentes atividades da sociedade.
Palavra chave: Aluno, Deficiência Auditiva, Inclusão escolar.
1 INTRODUÇÃO
Ainda hoje, apesar da evolução das práticas inclusivas, prevalecem nas escolas muito mais os pressupostos da integração do que da inclusão. As professoras ainda não estão suficientemente preparadas para receber deficientes auditivos e pouco sabem sobre o desenvolvimento da audição, da linguagem e sobre como esses aspectos influenciam e determinam formas particulares de apreensão de conteúdos. Prevalece a idéia de que é o aluno com necessidades especiais quem deve se adaptar ao ambiente, empenhar-se para ser nele integrada; ou então, as professoras buscam estratégias individuais de aproximação, sem que essa questão seja problematizada junto ao corpo técnico da escola, que ainda não vem efetivando transformações em sua organização para receber esses alunos. No primeiro titulo será comentado sobre o aluno com deficiência auditiva. No segundo sobre a inclusão desses alunos na sociedade e na escola comum; São assuntos de muitas discussões então tentarei fazer um resumo.
1 O ALUNO COM DEFICIÊNCIA
Historicamente a educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir. (SOARES, p.32, 1999)
No Brasil, a maioria dos deficientes auditivos que tem acesso à escola e atendimento especializado tem sido tratada por métodos que visam a comunicação oral. Se por um lado muitas crianças apresentam bons resultados com este método, outras, devido à perda auditiva profunda ou a dificuldades próprias, não conseguem o mesmo aproveitamento. Em se tratando de aluno com deficiência auditiva, o que parece certo é que não se deve pautar pelo maniqueísmo; não há uma regra ou uma receita que garanta o bom resultado. Cada criança tem sua história e, sem dúvida, o professor e a escola terá papel decisivo no seu desempenho. Ainda hoje o trabalho com o deficiente auditivo é controverso. Existem duas grandes linhas: a oralista, com métodos que utilizam o treinamento oral, e a Língua de Sinais. De acordo com BUENO (p.36, 2001)
O século XIX caracterizou-se pelo domínio da linguagem gestual sob influência do Instituto de Surdos de Paris, criado pelo Abade de L'Epée. Em 1880 o II Congresso Mundial de Educação de Surdos, em Milão, considerou o oralismo como o método mais adequado, pela possibilidade de integração do indivíduo à sociedade.
No entanto, o sistema educacional com classes e escolas especiais favoreceu a segregação e o surgimento das comunidades surdas. Nos anos 70, a partir dos EUA, movimentos favoráveis à Língua de Sinais como uma língua mais completa, que permitia o desenvolvimento global dos surdos, culminaram na proposta bilíngüe que defende o acesso a Língua de Sinais, da comunidade surda, e a oral e escrita, do grupo majoritário. “A Declaração de Salamanca promulgada nessa época reconhece a Língua de Sinais e a possibilidade de sua utilização para a educação dos surdos, bem como a manutenção dos sistemas especiais de ensino como classes e escolas especiais. ” (BUENO,p37, 2001).Um aspecto a ser comentado é a classificação da pessoa com necessidade especial, passível de crítica por levar ao rótulo que tem a deficiência como uma desvantagem, um desvio da norma, ocasionando segregação e marginalização.
Na perspectiva da inclusão, esse problema deixa de existir, pois todos estão sob o princípio da igualdade. Mas é inegável que cada aluno tem a sua própria história composta pelo seu ambiente familiar, social, econômico, emocional, além das suas condições orgânicas. Especialmente na deficiência auditiva, a história do aluno precisa ser conhecida para ser mais bem aproveitada. Mais do que isso, é determinante quanto ao tipo de escola e recursos que podem proporcionar seu melhor aproveitamento. Segundo COUTO-LENZI (p.22-25. 1997) “Expõe muito claramente a condição do indivíduo com deficiência auditiva. Sua única limitação seria na percepção dos sons, que pode afetá-lo em diferentes graus. Mas o avanço científico e tecnológico é capaz de proporcionar dispositivos que favorecem sua capacidade de compreensão.” Sob este aspecto, há o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania e, há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio – econômico - cultural da sua família. A educação do surdo voltou-se mais ao desenvolvimento da comunicação do que à transmissão de conhecimentos, situando-se no âmbito da caridade e filantropia, desvinculada da educação como direito de liberdade e igualdade. Manteve assim o estereótipo da incapacidade de aprender por não ouvir.
2 A INCLUSÃO DO DEFICIENTE AUDITIVO NA ESCOLA E NA SOCIEDADE
A inserção de algum aluno deficiente em uma classe comum, se determinada apenas administrativamente, não assegura que ele será bem acolhido pelo professor e colegas da classe, nem lhe garante ensino de qualidade mediante adequado atendimento a suas particularidades e necessidades especiais.
Muitas das decisões a serem tomadas, das medidas adotadas para a acolhida positiva e a provisão do imprescindível suporte ao aluno especial, visando o convívio produtivo a toda a classe, podem depender da correta compreensão da proposta da educação inclusiva e das atitudes sociais genuinamente favoráveis à inclusão por parte do professor, uma das variáveis mais importantes para o sucesso dela. (HASTINGS, p34, 2003)
Assim, é enfatizado que as práticas inclusivas podem fracassar se professores do ensino comum não tiverem atitudes sociais positivas em relação a essas práticas à decisão de incluir ou não aluno especial depende da vontade dos professores de aceitar e apoiar esses estudantes.
O conceito de atitudes sociais parece adequar-se bastante ao estudo das reações das pessoas face à inclusão. Por ser um assunto atual, relevante e politicamente correto, de um lado, e por envolver valores pessoais muito enraizados sobre direitos e normas de convívio social, as reações manifestadas face à inclusão com certeza possuem fortes componentes cognitivos, emocionais e comportamentais, que se constituem nos vinculados às atitudes sociais, segundo várias conceituações. ( KRECH, p56 ,1973).
Na sociedade que vivemos precisamos de pessoas com um modelo social que busquem soluções para as necessidades dos educandos, por diferentes que sejam, precisamos de pessoas com espírito critico e capaz de agir com autonomia e com alternativas a fim de diminuir a distância entre o que se aprende e o que se ensina, de significativo conhecimento contribui para a sua vida como cidadãos. Possibilitando-nos a autogestão, poder de decisão, de participação, de refletir, interagir, saber fazer, agir, pensar, conviver. Assim nos questionamos qual é o papel do educador com a inclusão? E nossos governantes o que vem buscando para a formação desse professor que é tão importante na ação formadora do educando, mas esse educador precisa de recursos de estímulos por partes dos nossos governantes. Precisamos de atitudes que são fundamentais na educação como: o educador estar comprometido com a inclusão, buscar realmente saber o que os alunos precisam aprender buscar respeitar o potencial de cada um com igualdade. Acreditar que o Deficiente auditivo é capaz de aprender, verificar se o aluno deficiente se ele quer partilhar dados sobre sua deficiência e só em caso afirmativo passa essa informação para outras pessoas. Se esse aluno ouve e qual o grau de dB do mesmo.
Para se ter uma Educação Inclusiva, precisa que o educador tenha responsabilidade de educar tanto as crianças sem deficiência como aquelas com deficiência. Saber assegurar que o aluno deficiente seja um membro integrante e valorizado da sala de aula. Ter materiais adaptáveis para esses alunos, para assim satisfazer a necessidade do mesmo. Existir parcerias entre a escola/professor e acompanhamentos psicológicos e fonoaudiológico e assim beneficiar a prática educativa em geral e a educação inclusiva na sala de aula. A falta de uma linguagem, independente de como ela seja, acarreta em especial na criança, atraso em seu desenvolvimento cognitivo, de aprendizagem, dificuldades de interação com outros sujeitos no seu meio, em consequência sua capacidade de interação com outros pode ser comprometida.
A questão da inclusão do Deficiente Auditivo abre um significado especial no bojo da educação brasileira, com os pressupostos inclusivistas que nos últimos anos estão sendo discutidos por suas características que permeiam a busca de uma sociedade igualitária, nos moldes das reais necessidades de uma clientela, cada vez mais exigente, quanto aos seus direitos e seus potenciais de realizações, que tem por finalidade a busca não apenas se auto gerir, como também colocar o sujeito dentro do contexto escolar regular, e, sobretudo buscar soluções, com a participação de todos em busca de uma educação com qualidade. Entre os muitos instrumentos usados para comunicação não oral, figura a linguagem dos sinais, criada por um monge beneditino francês, morador de um mosteiro onde imperava a lei do silêncio. Adotada há mais de cem anos, no Brasil é chamada de Libras. Um indivíduo que já tenha nascido com deficiência auditiva pode levar um ano para aprender a linguagem. Já alguém que ouve bem ou que perdeu a capacidade auditiva depois de adulto, pode levar um pouco mais de tempo para aprender, por ter se habituado à linguagem oral.
6 CONCLUSÃO
Pode-se concluir que a inclusão é um movimento mais amplo que envolve toda a sociedade. A partir do momento que nossas crianças forem educadas para essa inclusão, será possível trabalhar o direito do indivíduo surdo de integrar-se e exercer sua cidadania. E há sua potencialidade de realização, que se constitui em promessa na exata medida da condição sócio, econômico e cultural da sua família. Ainda tem muito insucesso do deficiente auditivo no sistema de ensino mantido até então, apesar dos recursos disponíveis: ensino itinerante, sala de recursos e classe especial. As temáticas priorizadas são a descentralização da educação via municipalização, a inclusão, as leis e diretrizes que norteiam a educação especial no Brasil, mas estamos caminhando para um futuro melhor.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUENO, J.G.S. - Educação inclusiva e escolarização dos surdos. Integração. n.23, p.37-42, 2001.
COUTO-LENZI, A. - A integração das pessoas surdas. Espaço, v.7 (jan./jun.), p.22-25, 1997
HASTINGS, R.P. Professores e Estudantes Atitudes de Inclusão de Criança Especiais. p.87-94. 2003.
SOARES, M.A.L. - A Educação do Surdo no Brasil. Campinas, SP: Autores Associados; Bragança Paulista: EDUSF,p.32. 1999
KRECH, D. O Indivíduo na Sociedade. São Paulo: Pioneira. p 56.1973.
Nenhum comentário:
Postar um comentário